Voltar à realidade
Gastaram-se rios de dinheiro em presentes, em passagens de ano e o pensamento só já estava focado no vestido com mais ou menos brilho, no sapato e na maquilhagem. Sobem-se as expetativas, tanto, que por melhor que corra, fica sempre um leve trago de insatisfação.
E no dia seguinte? Ressacas descomunais e a respetiva atribuição da culpa ao último copo ingerido, dores lancinantes nos pés praticamente encarquilhados e a lembrança das cascatas de camarão, das travessas de leitão, dos doces que não se comeram...
E depois? Depois vem a realidade que é mais ou menos, a sensação que a Cinderela teve quando bateram as doze badaladas - sumiu-se-lhe o vestido e, como se não bastasse, ainda ficou sem um sapato, que é o mesmo que ficar sem nada! A diferença é que na vida real não aparece um príncipe. Mas ao menos, andamos iludidos durante uns dias de que a vida é uma maravilha porque o altruísmo, a tolerância e a amabilidade superam os recordes olímpicos. E agora tudo o vento levou, ou terá sido o pai natal?!
Quebrado o feitiço das festividades, resta um mês que parece não ter fim, as mesmas contas para pagar, o levantar à mesma hora (demasiado cedo) para a labuta do dia-a-dia. E é isto!
O natal não é quando uma mulher quer, deixem-se disso! E bem visto até é bom, porque da maneira como o pessoal insufla, se isto durasse mais tempo, metade da população entraria em obesidade mórbida.
Agora, minhas meninas (e meninos) fechem a boquinha e convertam-se às sopinhas de legumes - sem batata - que o frio pede e o corpinho agradece.
Feliz ano novo!
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