Amesterdão

Foi presente de aniversário, esta viagem a Amesterdão. Uma agradável surpresa de mon mari. Merci,  mon amour! Isto talvez seja a expressão da vontade de ter falado nesta língua, mas não. Ou Holandês ou claro está, Inglês, but it's not my cup of tea... lá deu para safar, é o que interessa!

Começámos por Eindhoven e à chegada fomos brindados com neve! Ahhhhh...
A terra do PSG e da Philips, marcada também por traços de uma arquitetura moderna. Valeu a passagem mas o destino era mesmo Amesterdão.

Cheia de histórias, nem sempre de encantar, a capital da Holanda mostra-nos o espírito resiliente de Anne Frank, uma judia ainda menina que escapou à ira dos nazis, somando ao misticismo e à tragédia, o romantismo e muita organização pelo meio.
A cidade do cheiro forte mas com a subtileza e discrição na atitude, o que a torna ainda mais peculiar.
O estilo vintage em bares e bistrôs torna-se profundamente acolhedor, o que nos faz sentir chez-nous; vitrines de pastelarias enfeitadas com o que de melhor se faz por lá.

A simpatia e a descontração dos holandeses. Faça chuva ou faça sol, bicicletas aos milhares tem prioridade sobre todos, a prova da sua importância. Pedalam-se quilómetros numa energia desenfreada com tudo a reboque: filhos, sacos de compras, flores... Até a elegância e a distinção na indumentária se coaduna em cima de duas rodas. Incrível!
Avessos aos capacetes, quer de bicla, quer de mota, fazem-se gincanas perfeitas, sem nunca deixar o alerta de lado, para quem passeia a pé.

A vida é na rua ou para a rua. Janelas sem cortinas mostram que nada há a esconder: crianças a brincar na sala ou de narizes colados aos vidros; o pai ou a mãe a cozinhar; amigos que brindam na sala. Há tranquilidade nesta terra.

Canais de água serpenteiam a cidade e dão chão a casas e mercados. Barcos atracados nas margens contam histórias ou guardam-nas para si. A viagem de barco mostra-nos recantos de encanto cuja vista não os alcança dos cais, das ruas, das pontes que são tantas, cada qual com o seu charme.

A educação é o pilar desta sociedade nórdica e a saúde, de sumo-interesse. A cultura levada a sério, é mostrada orgulhosamente por entre inúmeras galerias de arte espalhadas pela cidade; museus encabeçados por Van Gogh e Rembrandt. Toca-se e aplaude-se espontaneamente em estações de comboio, onde concertos de piano começam do nada.
O extensíssimo Vondelpark enche de verde a cidade em dias que começam e terminam cedo.

Tudo me faz agora crer que temos muito a aprender com os nórdicos.

Cientes de que muito ficou por ver, ficou-nos a essência e a nítida sensação de que a vida é difícil para os turistas da cauda da Europa.
Foram muitos quilómetros a pé, mas com gosto.










































Este texto foi escrito aqui, acima das nuvens







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