Amanhã já será diferente

Hoje é o último dia sem rotinas fixas. Amanhã será a apresentação do mais velho na escola e o primeiro dia de aulas dos mais novos pois as apresentações já foram. Fui apenas a uma, uma vez que não tenho o poder da omnipresença (mas dava jeito). E a escolha é sempre difícil pois não temos filhos mais importantes que outros. Optei pela apresentação do Tomás, uma vez que mudou de ciclo, tem mais e novas disciplinas e uma carga horária bastante mais preenchida do que no ano passado. Bem lhe disse para aproveitar bem o horário de sexto ano...
O Miguel continuará com o mesmo horário. Serão horas a fio dentro da sala de aula onde numa sofreguidão, se luta para o cumprimento de metas e programas. Pensam pouco estes miúdos de agora, não se lhes dá tempo para isso e o opinar e o argumentar são verbos  quase em vias de extinção. De preferência caladinhos, a passarem tudo para os cadernos e a fazerem uma bateria de testes que se amontoa por coincidência, nas mesmas semanas.
Mas a maior, a gigante diferença de rotina será protagonizada pelo Vasco. Como sempre, os primeiros voos são com ele, o que se por um lado me deixa orgulhosa pela determinação da escolha, me deixa também apreensiva pela mudança. Começará amanhã a utilizar transportes públicos. Escola, professores, colegas, cidade, rotina. Tudo novo, a estrear. À sua frente, uma realidade diferente, com a qual terá de saber lidar (com certeza). Ao princípio custa, mas nós habituamo-nos a tudo e os miúdos têm um poder de encaixe extraordinário. Ainda que já tenha passado pelo mesmo e ainda mais nova, a realidade de agora é sentida de forma diferente porque a pele que a sente é a de mãe. Tudo dito.

Achava eu que as grandes preocupações se dissipavam à medida que eles cresciam. Errado! Como errada estava em não estar convicta quando ouvia a país e mães este desabafo.
Amanhã haverá por aí muitos corações apertadinhos, uns mais que outros pois as realidades são diferentes - creche, infantário, escola secundária, universidade... não importa o destino. Importa sim, a novidade e a reação a ela, o (des)apego, o desconhecido. A saída da zona de conforto é sempre vivida num misto de estranheza e alguma sensibilidade. Certo que tudo isto nos faz crescer, a eles e também a nós. Vai-nos tornado mais experientes, não mais fortes.
Tenham eles a idade que tiverem, nada nos passa ao lado. Quer seja o bem, o (indesejável) mal, tudo é por nós exponencialmente vivido.
E amanhã não será diferente.

Façam o vosso melhor!


Uptokids



Comentários

  1. Prima Nelinha por mais que diga e pense não sei o que é passar por isso. Faremos o que for preciso Bj grande

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