Medo




Síria, Turquia, Myanmar, Afeganistão, Brasil, Venezuela... À partida com pouco em comum. Infelizmente, e à vista desarmada, conflitos armados, conflitos sociais a agudizarem-se exponencialmente, sobretudo em países da América Latina. A guerra no Médio Oriente, levada ao extremo na Síria. Aqui, um conflito sem razão, um mar de interesses da parte de quem podia desarmar, pacificar e atenuar a miséria e o horror. Mas não. Não lhes interessa, e como se não bastasse, as grandes potências medem forças, numa tentativa de mostrar ao mundo a sua virilidade. São as maiores. Têm o melhor míssil, a melhor bomba, o melhor bombardeiro, o maior arsenal nuclear. Provocam-se tal como crianças no recreio, que infernizam o colega dizendo "a minha mãe é mais bonita do que a tua". A diferença é que no recreio, reina a inocência e o orgulho em defender quem mais se ama. Ao contrário, vemos adultos a exterminar aqueles que já não têm recreio, porque entretanto, a escola que frequentavam foi bombardeada. E provavelmente, o colega a quem se disse que a sua mãe era a mais bonita, foi apanhado num qualquer ataque, ou a sua mãe, quando o ia buscar à escola...
Que mundo triste, este. Que humanidade vil. Que monstros medonhos, que não sendo ninguém julgam-se decisores da vida alheia, por conta do seu narcisismo, autoritarismo e sede de poder. Ludibriam e amedrontam massas, numa disputa geopolítica insana e verdadeiramente alarmante, caminhando-se a passos largos, para o risco de um conflito armado muito severo, ainda mais severo.
Estamos na era do conflito (não deveríamos ser mais evoluídos? ). Aliás, sempre estivemos, o que prova a estagnação. Retenho da minha infância, as notícias dos conflitos em África; as imagens de crianças subnutridas e desfiguradas, da Etiópia e do Sudão. Ainda as há, mas não devia.
Mas agora, os holofotes viraram-se para aqueles de quem esperávamos bom senso, pacificação e mediação. Não. Estão na crista da onda, na linha da frente contra os direitos humanos, contra a liberdade, contra a paz. As ameaças são diárias, em direto. E as redes sociais e a imprensa, sem querer, aumentam-lhes o ego. Haja alguém que trave isto! Com serenidade, por favor! Porque para conflitos, já bastam os que assistimos diariamente.
Pode até ser uma ideia simplista. E é. Mas se o dinheiro investido no mal se transformasse em bem, viveríamos melhor. Tenho esta convicção.
Esperava mais deste mundo, sinceramente. Queria melhor para os meus filhos e para os filhos dos outros.

Vale a pena pensar nisto...






Comentários

  1. Fiquei comovido ao ler o post. Realmente nada disto faz sentido, tanta gente a morrer, sem terem culpa de nada. Muito triste.

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