Garrett s[E]m Vilar

Há dias que por aqui se ouvia espirrar e tossir. Não os rapazes, mas o gatos. Primeiro ela, depois ele.

Liguei para a veterinária para marcar consulta, mas só levei um. Não sabemos da Vilar. Julgamos que terá ido para junto dos seus filhotes, uma vez que tinha leite com o qual amamentava também aquele que perfilhou, o pequeno Garrett. Tornou-se uma mãe de coração. Aconchegava-o à noite. Partilhavam por sua vontade, a mesma cesta, a mesma almofada. Brincavam juntos e disputavam a taça na hora de comer. E talvez fosse por este filho, que voltava após fugazes saídas diárias. Talvez.

Para além de visivelmente prostrado, está já a ser tratado. A veterinária diagnosticou-lhe coriza, uma patologia viral, contagiosa entre os pares, mas não transmissível a humanos.
Quanto a ela, trouxe comigo, tudo para a tratar. Não sei se voltará mas o que mais me custa, é que partiu doente. Diminui-me a mágoa, o carinho, o aconchego e o bom-trato que daqui levou. No fundo, tinha para mim a sensação de que ela não era verdadeiramente nossa, embora fosse tratada como tal.

Quanto a ele, dormita e acorda em sobressalto. Aproxima-se da janela e arranha os vidros numa tentativa de a procurar lá fora, nos sítios de sempre. Sente-lhe a falta.

 Lamento, mas compreendo. Nenhuma mãe que se preze, pode impedir outra de estar com as suas crias... E espero, sinceramente que tenha sido esta a razão de força maior. Não por nós, mas por ela.




Começo a achar que não dou sorte aos meus gatos. Talvez não tenha nascido para isto; o que me deixa sentida.
Quero acreditar que voltará, mesmo que seja com a ninhada (previsão feita pela veterinária). Quero  acreditar que sentirá a falta de todos nós.  E do seu filho de coração.

😿


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