A (in)genuinidade do natal

A agitação do natal já começou - ele são as festas na escola (a do mais velhos ontem, a do mais novo, hoje), almoços e jantares. E dou por mim a pensar que é quase um dever, fazer isto ou aquilo porque é natal. Não deveríamos fazê-lo durante todo o ano? Depois lá vem o enfadonho janeiro, em que não se passa nada.

Isto, a juntar à saga dos presentes, da ceia... torna-se numa azáfama desgraçada, o que nos leva por vezes, a perder a vontade. Ao fazer tais afirmações até parece que não gosto do natal, o que não é verdade. Adoro! Não gosto é do excesso - de presentes, de comida, de hipocrisia, de pseudo-altruísmo. Cada vez com menos paciência para tal.

Deslumbram-me sim, as decorações de natal, os presépios de todos os tamanhos e muitos com uma criatividade extraordinária, as iluminações,... a missa de Galo a que tanto gosto de assistir, a fogueira junto à igreja...

Mas não, fomos enrolados pela onda do consumismo (uns mais que outros); pouca importa o "estar". Impera o ter e o ter de... E o espírito do natal não é este, de todo.
Ligo cada vez menos a presentes e tento incutir isto nos meus filhos. À exceção do pequeno, que nem sabe muito bem o quer (lá está...), os mais velhos ainda não pediram nada. E também não se fala nisso. Mas bem sei que não é fácil lutar contra esta maré, melhor dizendo, este tsunami.

Enfim, o natal dos tempos modernos... vá-se lá perceber.

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Até me saíram aqui uns versos

É natal, é natal
anda tudo contente,
É natal, é natal,
vamos gastar tudo [no continente]
no centro comercial


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Onde mais se meteu o nariz