[In]segurança social

Recebi uma carta da Segurança Social, seis dias depois de ter sido operada, a qual de forma bem expressa, exigia a minha presença na junta médica.
Lá fui, apetrechada de exames médicos e declarações a comprovar a condição física do momento. Perguntaram-me apenas o nome, a razão da baixa médica, pediram a declaração de internamento e mandaram-me sair. Passaram cerca de 45 segundos, vá, um minuto, porque quis que me satisfizessem a curiosidade sobre a minha aptidão ou inaptidão para trabalhar. A resposta foi um seco "foi operada, por isso, continua de baixa". Yes sir!

Esta pressa incomoda quem é de bem, quem nunca lesou o Estado em nada, quem paga impostos, quem desconta uma brutalidade por mês, numa obrigação insana. E o que recebemos em troca? Pouco mais de metade  do vencimento (porque não temos nada que estar doentes, isso tem algum jeito?) e a permanente "desconfiança" de um sistema que de "segurança", (como é apelidado), tem muito pouco; já do "social" exclui-se o sentido lato, na medida em que os benefícios são apenas para alguns.

Choca-me, e neste momento chega a roçar a revolta, o facto de serem atribuídos milhares de euros por mês, a pessoas que apenas têm direitos. Só! Isentos de tudo e mais alguma coisa, por (supostamente) não auferirem de rendimentos suficientes para a sua sobrevivência e dos seus. A julgar pelos factos, os herdeiros destes (pseudo) cidadãos prorrogarão a máxima do "trabalhar não compensa". E se calhar até têm razão!

Mas não me venham com teorias em defesa das minorias étnicas a favor da "inclusão" - porque estes não se querem imiscuir - e do "são seres humanos, como outros quaisquer..." porque não são! Se queremos direitos temos de estar em pé de igualdade, o qual se resume a trabalhar diariamente, contribuir em proporção para o Estado, com vista à construção de um país melhor, mais justo para todos e não apenas para o massacrados de sempre, que dão o litrinho todos os dias e a quem usurpam o "dízimo".

Azares e constrangimentos na vida, não há quem não os tenha. Aproveitarmo-nos do sistema é que não, porque depois não chega para todos! E uma parte deste "todo"é aquela que precisa em determinada altura da vida, de um pequeno reembolso do tanto que já contribuiu, ou outros, que durante décadas cooperaram com um sistema, que agora lhes financia numa quase sofreguidão, uns míseros 300 euros por mês e num prelúdio quase ameaçador do "e podem dar-se por contentes, que isto não dura para sempre".

Um país de grandes feitos, mas no fundo, de miséria. Claro que excluo aqueles que se dão ao luxo de ir receber o RSI em carros topo de gama, mas que bem visto, bem visto, não são de ninguém.

Valham-nos os duzentos e tal dias de sol, a praia (para quem lá pode ir), o futebol, os santos populares, a sardinha assada e umas bejecas de vez em quando. Caso contrário, isto seria depressivo!



Comentários

  1. Um grande, grande aplauso por estas palavras cheias de verdade!

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