Até parece fácil

Se ao início, quando se recebe a notícia de que temos de ser operados nos assolam alguns "fantasmas", estes deixam depois de fazer sentido, quando tudo o que mais queremos é voltar a caminhar como sempre, fazer a vidinha de sempre. E foi isto que aconteceu.

Chegámos cedo a Lisboa pois ainda tinha a consulta de anestesia para fazer.
Recebida por gente afável e com tempo, fui "oficialmente" internada. As horas pareciam ter parado e não se vislumbrava o final do dia. Li, dormi, ouvi as piadas do meu marido. Não estava nervosa, nem ansiosa.

Vestida a rigor levaram-me para o bloco onde uma comitiva me esperava. Apresentaram-se, um a um, como se de um protocolo se tratasse. Fiquei alguns instantes na retaguarda, a ouvir as naturais conversas, entre gente que está a cumprir o seu dever. Animadas conversas, envoltas entre apitos intermitentes, num espaço frio. Após uma informal troca de palavras, apenas de lembro de ouvir a dosagem de medicação de me poria por momentos, noutro plano...

Acordei, noutro espaço,  com uma voz doce e tranquila que me perguntava como me sentia.
- Tenho frio e dores.
Em instantes, puseram-me numa temperatura agradável; só já restavam as dores. que segundo me dizia, também iriam desaparecer. Amenizaram, sim. E entretanto confidenciou a sua história, quase igual à minha, em patologia, em idade, em sofrimento causado, em recuperação e em resultados - o melhor de tudo.

Passaram dois dias, envolta em cuidados, apoio e em profissionalismo. Por ora, em modo caseiro continua o mesmo, de inúmeras formas e manifestações. Vocês são especiais, todos!

A todos com quem me cruzei no serviço de cirurgia do Hospital do SAMS, à equipa do bloco operatório e recobro (principalmente a quem esteve sempre ao meu lado), ao neurocirurgião Miguel Moura Guedes e à enfermeira que esteve comigo, em três dos seus turnos, obrigada.

A dor na perna desapareceu. Ainda que não seja dolorosa, a recuperação nestes primeiros dias é incapacitante: o levantar, o deitar, o caminhar. Não se está cómodo de maneira nenhuma. O enjoo, a fraqueza e a tensão baixa destronam, à traição, qualquer um.

Mas vai passar e tenho a certeza de que muitos e melhores dias virão!














Comentários

  1. Vai passar, pois. Calma e coragem que a vida é para a frente. Depois, vais ficar ainda mais forte. Beijinhos de mais a sul. :)

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  2. Vai passar, com certeza. Um grande beijo, minha querida.

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