M(ãe)torista

A motorista cá de casa passou a tarde e início da noite, em ação. As solicitações foram muitas; um verdadeiro corrupio de leva e traz. A última, foi levar os rapazes mais novos ao jogo de futsal, segundo eles, absolutamente imperdível. Digo os mais novos porque o adolescente raspou-se de fininho, na tentativa de se descartar dos irmãos. Ai o que eu gosto disto... Peguei nos gaiatos e num amigo e levei-os ao pavilhão. No caminho encontrei os imberbes.. Quando me viu, não conseguiu disfarçar e a expressão ficou-se entre o susto e a perplexidade, como quem diz, É mesmo osso duro de roer... 
Pois sou. Não gosto de afrontas e muito menos de um puto de 13 anos que, por acaso até é meu filho. Se eu o conheço como a mim própria, também ele sabe muito bem a mãe que tem.
Claro que sei que nesta idade, tudo o que conta e nada mais do que isso, é o grupo. Que tudo o que sai disto lhes pode soar a ridículo, eu sei. Mas há muito mundo para além deste...
Regressei.

Após ter consultado o Sr. Google, fiquei a saber que um jogo de futsal dura cerca de uma hora, daí ter-me posto a caminho. Mas soube depois, que sempre que há uma falta ou o raios-o-parta, pára o jogo...
Esperei 40 minutos dentro do carro. Estava gelada, cheia de fome e com a paciência na reserva. 
Telemóvel? Basicamente, só para o que não faz falta.
Enquanto esperava e por já estar muito escuro, pensava nos desgraçados dos pais de teens, e a respetiva cara de noite mal dormida, de dar dó, à porta de uma qualquer discoteca...
No regresso, com o carro cheio de rapaziada bem-disposta (o clube ganhou) e pronta para mais uma volta no carrossel maravilha, estava tipo panela de pressão...

Bem, mas como ainda só estou nos turnos vespertinos, vou aproveitando o descanso noturno enquanto é possível, que isto de pensar de mais, faz os cabelos brancos.
Coragem! animosa expressão do meu amigo, padre Paulo.