Habemus adolescência

Por aqui já começam a aparecer laivos de adolescência.
Até agora usava a palavra com o afixo "pré", mas parece-me conveniente começar a adotá-la como palavra de base. Bem, gramáticas à parte...

A julgar pela minha e por todas aquelas a que assisto diariamente, a adolescência é uma fase "crítica" na vida de qualquer pessoa. Por não me ter esquecido da minha "fase", tento compreender a de hoje (eu disse, tento). 

Lidar com adolescentes "filhos de outros" até é pacífico; falam por vezes mais com professores do que com os pais, a quem infelizmente, a maioria esconde muita coisa... 
Relembro-os de que, "os vossos pais são as pessoas que mais e melhor vos querem; que farão TUDO por vós, são aqueles que dariam a vida por vocês; se vos ralham ou chamam à atenção é para vosso bem...". Por vezes oiço contra-argumentos como "os pais não percebem nada; estão sempre desconfiados; não nos dão liberdade...", o que prova que a conversa soa a nada, junto de alguns imberbes. Ainda assim, fico sempre na esperança de que algum resultado há-de ter.

O percurso é longo, este da adolescência. É muita transformação junta, é um turbilhão de emoções que num instante passa do pólo positivo ao negativo e vice-versa (com as raparigas então, é-de-fu-gir!).
Mas, ainda o que mais custa é o fosso que se vai gerando; deixam de ser os "nossos meninos", pais e filhos deixam de ter uma só vida, porque eles ganham uma vida própria. As transformações são pois, inevitáveis, mas acabam por "mexer" com toda a família. 
Há que ter e demonstrar confiança, manter a calma e ter muuuuuuuita paciência!
A rapaziada quer à viva força, cortar o "cordão umbilical". Começam por rejeitar os nossos gestos de carinho, mimos, e claro, a proximidade do território das "amizades". A partir de agora serão os amigos, o centro o seu mundo. 

Já vi mães a chorar baba e ranho por não saberem lidar com o conflito permanente, queixam-se de que já não reconhecem os próprios filhos... Compreendo, embora (silenciosamente) nem sempre concorde com certos procedimentos. Cada um com com os seus...

A adolescência é mais um estágio para as mães, a prova de fogo! Todos passámos por ela, não vale agora a pena, pensarmos o contrário. É levar com (a possível) naturalidade. Mas, bem sei que há situações deveras complicadas...

Quanto a mim, é ver para crer e depois logo se vê. Vou estar cá, sempre, porque a nossa cumplicidade e o nosso carinho, porra nenhuma de adolescência, nos pode tirar! Era só o que faltava...

O melhor é não pensar que nos próximos longos anos, "ela" conviverá connosco cá em casa. AGUENTA mãe-de-três!!

V, vai com calma. Já sabes que os primeiros testes são sempre contigo! :)






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