SIM, pelo Serviço de Neonatologia

A unidade de Neonatologia do Hospital do Espírito Santo, de Évora foi criada em 1990 com a intenção de assegurar cuidados intensivos neonatais no Alentejo. É composta por três salas - Cuidados Intensivos, Cuidados Especiais e Cuidados Mínimos.

Já precisei deste serviço. Não eu, mas o meu filho mais novo. Tinha apenas 18 dias quando foi internado, não por ser prematuro, mas por conta de uma infeção urinária, daí que estivesse nos Cuidados Mínimos. Foram 10 dias passados num espaço exíguo, sem condições para as mães permanecerem durante a noite, devido à falta de espaço.

Mesmo ali ao nosso lado, havia quem lutasse pela vida dentro de incubadoras. Seres minúsculos que precisavam de meticulosos tratamentos e técnicas delicadas, tanto quanto aqueles que delas necessitavam. Os aumentos de peso diários de 10 ou 20 gramas, o respirar sem a ajuda de uma parafernália de tubos e máquinas,... eram conquistas gigantes. Tudo isto sempre sob o olhar atento e profissional dos técnicos de saúde do serviço, que ao longo de anos têm salvado muitas vidas.

Contudo, ao que parece, o Ministério da Saúde, a fim de evitar despesismos, propôs o encerramento desta unidade, esquecendo-se que centenas de recém-nascidos ficarão desprovidos de cuidados emergentes de saúde. Esqueceu-se também que o Alentejo é uma região vastíssima onde a distância entre localidades, marca pontos e quilómetros, os quais podem vir a ser fatais para quem está a lutar pela vida. Se já é difícil chegar até Évora, imaginem até Lisboa.
Toda a região perderá com isto. Perder direitos conquistados é sempre de lamentar; os prejuízos alcançados por consequência desta decisão serão de lamentar; a interiorização cada vez mais marcada é de lamentar; a centralização de serviços em detrimento de vidas é de lamentar. 

Sou pelos direitos da Crianças e pela igualdade. 
Sou pela manutenção do Serviço de Neonatologia do Hospital do Espírito Santo de Évora e pela sua ampliação, essa sim, urgente!




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