As mães fazem muita falta

Há datas que dão que pensar - o dia da mãe, por exemplo. É mais um na vida das mães; continuamos a cuidar e a amar, como sempre, mas gostamos de o assinalar.

Mas há, infelizmente, quem não tenha mãe para comemorar, ou filho. Ou por já não estar entre nós ou apenas por não existir nessa função.

Há dias corrigia textos de uns alunos. Solicitei-lhes que relatassem um episódio, em prosa ou verso, que tivessem vivenciado ou assistido,  no qual o amor de mãe se sobrepusesse a qualquer outro. Li de tudo. Uns melhores, outros mais vagos, mas todos de encontro ao tema de base. No meio de muitos, encontrei um poema que descrevia, não uma história com final feliz, mas um relato de uma vida vazia, marcada pela ausência da mãe. Deixou de a ver aos 4 anos de idade, perdeu-lhe o rasto. Referia a falta que ainda hoje lhe faz, passados 14 anos. Está-lhe marcada na memória, a ausência nos aniversários, nos natais, quando esteve doente.

Dá que pensar... Que motivos poderão levar uma mãe a abandonar os seus filhos?! Como ficará a sua consciência, principalmente, nos dias mais especiais? Como será viver, sem ver um filho crescer, fazer conquistas diárias, brincar, aprender,... É difícil de entender. Muito.

Fiquei estarrecida com aquelas palavras. Primeiro, porque muitas vezes nem imaginamos  o que está por detrás de um rosto, de atitudes, de silêncios, ... Segundo,  porque a ausência de uma mãe deixa marcas profundas no crescimento e na formação pessoal das crianças: tristeza, mágoa, solidão, angústia, revolta, ...

Dá que pensar, que um dia que é feliz para uma grande maioria (e ainda bem), há crianças que pelas mais variadas razões, não podem dizer nem sentir o mesmo. E não sei o que será pior; se ser órfão de mãe ou ser obrigado a sê-lo.


A mães fazem, mesmo, muita falta.






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