De dia feliz a triste

Como o dia do pai é amanhã, sábado, antecipou-se a festa no Jardim de Infância.
O convite aos pais foi formalmente feito num lindo cartão, no qual os petizes convidavam os seus heróis a passar uma parte da tarde com eles, em jogos e brincadeiras.
Com antecedência, informou-se a educadora de que, por questões profissionais, o pai não poderia mesmo estar presente. 

Ok, tudo bem. E até já está na forja uma apresentação a duo = pai+guitarra (e quem sabe, um companheiro destas andanças).
O que é certo, é que o inesperado aconteceu. A grande maioria dos pais, senão todos, compareceu na festa. Mas o pai do M não. Ainda deve ter ficado expectante... mas, quando viu o animador chegar com a sua guitarra, entrou em desespero e desatou num choro incontrolável! A educadora e as auxiliares ficaram sem saber o que fazer, coitadas. Telefonaram-me para ver se podia ser a mãe a  minimizar o "desgosto", mas a mãe estava incontactável..... 
Foi entretanto que a A. se lembrou de ir chamar o mano do meio, ao bloco do 1º ciclo...
- "T, tens de vir comigo; o M está farto de chorar porque o pai não veio"
- "Oh A, não me faças isso! Eu não sou o pai dele!"
- "Vá lá T. tens de vir !"
E lá foi o mano do meio...

Quando estas atividades são organizadas é com a melhor das intenções. Contudo, a ausência ou simplesmente a inexistência provocam situações destas, que por mais que se tentem remediar, ficam para sempre.
Obrigada A, S e C, pela forma como atuaram. Obrigada mano do meio que também deu o seu contributo.

Quando cheguei à escola (felizmente fui mais cedo) fez-se de forte, ainda de olhos vermelhos, como se nada se tivesse passado.
- M, o dia do pai é amanhã... 
E lá fomos preparar mais outra surpresa.