O mano mais velho
Já há uns dias que ela me andava a provocar. Tentei
ficar-lhe indiferente mas não consegui, até ao dia em que me apanhou à traição
e me acamou. Maldita amigdalite! Nesta altura vem a mesmo calhar…. Aliás, não
calha bem em nenhuma, que raio!
Quando uma mãe está debilitada, tudo é difícil e faz descarrilar a rotina familiar. Felizmente não é nada de grave, mas com excesso de tempo
para pensar nas coisas da vida, lá me veio à cabeça, histórias difíceis… que as
há… :(
Bem, auxiliar nos banhos nem pensar, pois a sensação era de
que a cabeça rebentaria a qualquer instante; falar – o menos possível; jantar –
nem fome, nem capacidade de o fazer… Ao ver-me assim, o mano mais velho assumiu
as funções de homem da casa, uma vez que o pai ainda não tinha chegado. Encomendou jantar,
tomou banho, deu ao mais novo, sugeriu ao mano do meio (com este, o modo imperativo não funciona muito bem) que fizesse o mesmo, assim que terminasse
o TPC, pôs a mesa. Entre uma e outra tarefa, lá vinha ver se a mãe precisava de
alguma coisa. Fiquei mesmo orgulhosa!
O V. é um rapazinho muito simpático, bem-falante, com um sorriso
franco e encantador, (quem o conhece sabe que é mesmo assim) e sensível ao que o rodeia. Às vezes rezingão, mas também,
ninguém é perfeito!
Antes de ir dormir veio dar-me um beijo, à semelhança do que
lhes faço todas as noites: - As melhoras, mãe. Acho que amanhã não devias de ir
trabalhar.
Obrigada meu querido V, pela ajuda.
.... aliás, TRÊS rapazes!
Comentários
Enviar um comentário