Mãe, chegaram os livros!
O carteiro bateu à porta bem cedinho. O V. recebeu e assinou a encomenda porque já é um rapazinho crescido (estreou-se há uns dias nesta tarefa e gostou!).
Conferi a encomenda e a fatura dos "compêndios" de 4ºano do T. e fiquei a pensar: quantas pessoas há, que não podem pagar este valor? E quando se fala então de outros ciclos de ensino, o panorama é ainda pior. Este ano consegui por empréstimo, os livros do V., gentilmente cedidos por amigas. Fiz o mesmo com os dos mais velhos, porque é assim que tem de ser. Não faz sentido o exagerado preço dos manuais escolares! Há dias assistia a um programa na RTP e ouvia os lamentos desesperados de mães que não têm orçamento para fazer face a esta brutal despesa... uma delas dizia que deixou de fazer férias porque o dinheiro do subsídio é imediatamente canalizado para as despesas escolares dos seus três filhos. É triste.
Cá em casa não se troca de mochila ou de estojo só porque sim ou porque se vai começar um novo ano letivo e "os outros colegas têm". Cá em casa aproveitam-se borrachas e canetas se estão boas, afiam-se lápis que serviram apenas nas últimas semanas de aulas, limpam-se as caixas dos compassos, réguas e transferidores e ficam como novos! Claro que também faço parte dos milhares de pais e mães que, nos Continentes e Jumbos deste país, empunham as listas de materiais. Porém, faço-o com moderação.
Por incrível que pareça, também há gente que não pode, mas compra, não reaproveita, não pede emprestado - porque é uma vergonha, não vão os meninos ficar traumatizados...
Vivemos no país das aparências e estamos a anos luz de alguns países do norte da Europa, cujos sistemas educativos são realmente eficazes e onde o culto do empréstimo de livros, manuais escolares e reaproveitamento de materiais é ponto assente. Está mais do que provado que os bons resultados académicos não são fruto da ostentação e do desperdício. Mas, felizmente, já há tentativas de mudanças de hábitos e consciências...
Conferi a encomenda e a fatura dos "compêndios" de 4ºano do T. e fiquei a pensar: quantas pessoas há, que não podem pagar este valor? E quando se fala então de outros ciclos de ensino, o panorama é ainda pior. Este ano consegui por empréstimo, os livros do V., gentilmente cedidos por amigas. Fiz o mesmo com os dos mais velhos, porque é assim que tem de ser. Não faz sentido o exagerado preço dos manuais escolares! Há dias assistia a um programa na RTP e ouvia os lamentos desesperados de mães que não têm orçamento para fazer face a esta brutal despesa... uma delas dizia que deixou de fazer férias porque o dinheiro do subsídio é imediatamente canalizado para as despesas escolares dos seus três filhos. É triste.
Cá em casa não se troca de mochila ou de estojo só porque sim ou porque se vai começar um novo ano letivo e "os outros colegas têm". Cá em casa aproveitam-se borrachas e canetas se estão boas, afiam-se lápis que serviram apenas nas últimas semanas de aulas, limpam-se as caixas dos compassos, réguas e transferidores e ficam como novos! Claro que também faço parte dos milhares de pais e mães que, nos Continentes e Jumbos deste país, empunham as listas de materiais. Porém, faço-o com moderação.
Por incrível que pareça, também há gente que não pode, mas compra, não reaproveita, não pede emprestado - porque é uma vergonha, não vão os meninos ficar traumatizados...
Vivemos no país das aparências e estamos a anos luz de alguns países do norte da Europa, cujos sistemas educativos são realmente eficazes e onde o culto do empréstimo de livros, manuais escolares e reaproveitamento de materiais é ponto assente. Está mais do que provado que os bons resultados académicos não são fruto da ostentação e do desperdício. Mas, felizmente, já há tentativas de mudanças de hábitos e consciências...
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