Ver a vida com outros olhos


Não mudei de olhos, nem vejo a vida pelos olhos de outros, nem tampouco mudei a forma como a encaro. Mudei de óculos e de lentes. Banal até aqui.
Na verdade, a grande mudança e o que me faz ver a vida com outros olhos é de facto a graduação que aumentou, mas desta vez, com lentes ajustadíssimas às minhas já consideráveis dioptrias, complementadas por um simpático astigmatismo e uma elegante hipermetropia, a qual me levava a procurar a maior quantidade de luz possível para ler, ou então, a triste figura de afastar o bracinho que possuísse aquilo que tinha de ler. Ah, e também semi-fechava os olhos para tentar focar. Figurinhas...
Não me querendo aqui armar em médica, com termos técnicos e afins, isto ligeiramente traduzido trata-se na realidade, de uma valente falta de vista ao perto, agravada no olho direito. Tudo isto, até ao dia em que pus as lentes novas e progressivas, as tais que as avós usam, sabem? E os anos que eu perdi sem elas? Acreditem!
Tudo à minha volta é agora mais aumentado, mais nítido, tanto, que reparei de imediato que as minhas rugas são um pouco mais acentuadas do que aquilo que eu suponha, que as minhas unhas já precisam de retoque, assim como o sobrolho. Não reparava sequer no buço já passado à gillette do meu adolescente!
Estive 5 anos sem ir ao oftalmologista. Usava umas lentes lowcost, (que disso só tinham mesmo a fama do sítio onde as comprei) e que se estavam já a degradar, achando eu que se tratava apenas de meros riscos e manchas. Também daqui retirei uma lição e que me foi comprovada pelo médico: Não compre lentes em supermercados. Assim fiz. Porquê? Porque tenho uma carga genética fortíssima no que respeita à falta de vista, a sério! A minha avó já não vê praticamente nada, situação irreversível e inoperável. Fogo! Toca a estimar estas bolinhas azuis que Deus me deu!

Ainda estou em período de adaptação, mas quase lá. Assim de pior, só as vezes que choquei com pessoas no supermercado (mal saí da ótica) e hoje pela manhã, ter falhado literalmente o forno quando recolocava lá dentro uma sertã com óleo. Imaginem só como eu fiquei, a cozinha, meu Deus, o chão da cozinhaaaaaaa… Até um dos gatos ficou ligeiramente oleado, coitado. Não, não estava quente (e eu que nunca reaproveito óleos…)
Bem, mas estou convicta de que isto mais dia, menos dia, vai ser o total regozijo!

Dizer também, que o meu novo adereço/produto de primeiríssima necessidade foi aprovado pelo adolescente-mor, o que nesta fase da sua vida é um verdadeiro feito - agradar-lhe - e também pelos mais novos, principalmente o do meio que se expressou de imediato: mãe, esses óculos é que se usam agora! 👓
Na mouche!
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Enquanto escrevi este texto não precisei de colar a testa ao ecrã, nem tentar focar. Também já não vou precisar dos meus óculos-lupa, que me davam um jeitão mas que me faziam chorar que nem uma Madalena arrependida, tal era o ardor na vista (e a qualidade!) 👀




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Onde mais se meteu o nariz