Mudam-se os tempos...

O dia só tem 24 horas mas nos últimos tempos, creio que com mais 5 ou 6, já daria conta do recado.
Os meus dias têm sido extenuantes. Começam cedo e terminam tarde e fico às vezes com peso na consciência, pelo que deixei para trás. Não sou super-mulher, mas gostava de ser. O que mais me deixa apreensiva é mesmo a falta de tempo com eles e para eles. Passam o dia sem mim; depois da escola têm atividades ou vão deliberadamente jogar à bola, o que é ótimo. Enquanto preparo o jantar, já estou a olhar para o relógio e a pensar nos (malditos) tpc's, nos banhos que ainda não foram tomados, nas mochilas para preparar para o dia seguinte e no trabalho que euzinha ainda tenho para fazer...
O jantar é digamos que, o momento privilegiado para pôr a conversa em dia, mas às vezes já estão tão cansados que nem lhes apetece dizer grande coisa. 

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Certo é que, as crianças de hoje não têm tempo para o serem. São-lhes exigidas tarefas e atividades cada vez mais elaboradas, difíceis e que lhes ocupam o dia, totalmente. Andam cronometradas!
Lembro-me que quando era pequena, só tinha aulas de manhã. Sobrava-me tempo para tudo e mais alguma coisa. Éramos felizes, mas sobretudo livres. Hoje em dia os miúdos estão presos a uma rotina que os formata, a um ensino que os quer de excelência, sem ter em conta dificuldades, limitações e timings... Depois, quem consegue, consegue, quem não consegue, tem de ficar para trás.

É neste sentido que, por receio ou desconhecimento, ou real conhecimento do que se passa nalgumas escolas, muitos pais fazem dos seus próprios filhos, máquinas de competição, incutindo-lhes métodos e hábitos de estudo absolutamente desfasados em relação à idade que têm. Querem que os seus sejam os melhores, em tudo! E esquecem-se muitas vezes que estas pseudo-máquinas (as que deixam ser) mais tarde ou mais cedo, vão revelar-se e virar a mesa. E conheço tantos assim...

Esquecemo-nos que a brincadeira é a forma mais saudável de crescer. O lúdico faz milagres!
Deixemo-nos de metas; deixemo-los brincar. Afinal, têm décadas de estudo e formação académica pela frente. Porém, as atuais políticas educativas estão a desconcertar alunos, famílias, professores, a sociedade. Caminhamos para onde?


E por hoje, não dá mais. Mesmo!
Boa noite.                  
                                 
                                    






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